Durante a sessão legislativa da última segunda-feira (19), o vereador Samuel Jesuíno utilizou a tribuna para expressar sua preocupação com a crescente exposição e comercialização das chamadas bonecas "reborn" — modelos hiper-realistas de bebês — em espaços públicos como hospitais, creches, repartições e até ônibus. Segundo o parlamentar, o tema tem gerado inquietação após relatos recebidos por ele, apontando o uso e a das bonecas em contextos que, na sua avaliação, merecem uma análise mais profunda.
"Tem sido cada vez mais comum ver essas bonecas sendo tratadas como bebês reais em locais públicos. Não se trata de fazer julgamentos, mas sim de abrir um espaço para um debate consciente, que envolva psicólogos, assistentes sociais, educadores, famílias e a sociedade em geral", declarou Jesuíno.
O vereador destacou que sua intenção não é atacar quem utiliza as bonecas, muitas vezes associadas ao alívio de traumas emocionais. No entanto, ele questiona até que ponto essa prática pode influenciar a percepção social sobre a infância, além de levantar alertas sobre possíveis impactos na saúde mental dos envolvidos. "Este tema precisa ser discutido com calma e maturidade. Reafirmo meu compromisso com a proteção da infância e da saúde mental. É necessário pensar em como estender a mão para crianças reais, que estão em situação de vulnerabilidade", enfatizou.
O vereador finalizou sua fala classificando a situação como "bizarra", não no sentido de ridicularização, mas como um chamado à reflexão urgente sobre os limites entre o simbólico e o real em práticas sociais cada vez mais visíveis.
