Diretório nacional do PSDB aprovou ontem, oficialmente, a intensão da legenda de promover uma fusão partidária com o Podemos, que, por sua vez, também já realizou deliberação neste sentido. A partir de agora, os diretórios estaduais dos dois partidos serão consultados a este respeito, afunilando as tratativas para que a fusão seja efetivada. No que diz respeito ao PSDB, a decisão final será posta em votação no dia 5 de junho, durante a convenção nacional do partido. Ainda não está definido qual será o nome da nova agremiação, mas o número 45 do PSDB cederá lugar ao 20 do Podemos. Em Santa Catarina, resta saber se o comando da futura legenda ficará a cargo do atual presidente tucano, Marcos Vieira, ou da presidente do Podemos, Paulinha Silva, ambos deputados estaduais.
No que diz respeito ao Sul de Santa Catarina, a fusão entre as duas legendas poderá fazer com que a deputada federal Geovânia de Sá reveja a possibilidade de deixar o PSDB. Por conta própria, o partido não teria condição de alcançar legenda para conquistar uma cadeira da Câmara dos Deputados em 2026. No entanto, junto com o Podemos, tendo como parâmetro a eleição de 2022, pelo menos uma vaga seria assegurada a nova legenda.
Geovânia tem propostas para migrar para o MDB, PSD, Republicanos e também da dupla composta por Progressistas e União Brasil, que já anunciaram uma federação entre as duas legendas. Com a fusão com o Podemos, no entanto, a deputada não teria porquê deixar seu partido, já que ela muito provavelmente seria a candidata a federal mais votada da nova legenda, tendo-se como base a eleição ada.
Caso decida deixar o PSDB, o que ela poderá fazer a qualquer momento depois da fusão com o Podemos, é muito provável que Geovânia migre para o PSD, partido que conta com a emblemática presença do ex-prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, um dos principais apoiadores da parlamentar. Em que pese a candidatura já anunciada do presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia, pelo PSD do Sul do Estado, à Câmara Federal, ano que vem, Geovânia tem seu próprio eleitorado, grande parte dele centrado no meio evangélico, precisando somente que o partido em que esteja filiada consiga votos suficientes para eleger mais que um deputado federal em 2026. Se isto for viabilizado, sua eleição seria meramente uma questão de levar adiante o trabalho que já vem sendo feito.
Finais
Federação entre o Progressistas e o União Brasil deverá render à dupla cerca de 400 mil votos na disputa pela Câmara dos Deputados, ano que vem, metade desta votação para cada um dos partidos. As duas legendas juntas poderão lançar 21 candidatos, e a expectativa é que o conjunto destas candidaturas assegure duas cadeiras de deputado federal para a federação. Pelo histórico de eleições adas, muito provavelmente os eleitos seriam José Milton Scheffer (PP) e Fábio Schiochet (União), que já é deputado federal no atual mandato. É provável, também, que a federação eleja entre seis e oito deputados estaduais, além de ter grandes chances de contar com a reeleição do senador Esperidião Amin (PP), caso a federação se alie ao governador Jorginho Mello (PL).
MDB nacional determinou que as convenções municipais do partido sejam realizadas nos próximos dias 17 e 18 de maio. Tradicionalmente, o partido realizava a escolha de seus novos diretórios e executivas, assim como das comissões provisórias, onde fosse o caso, nos meses de setembro ou outubro. A maior proximidade com a eleição do ano seguinte, no entanto, fez com que o comando da legenda revisse a data. Claramente, o objetivo é o de dar mais tempo para que possíveis feridas deixadas por uma eventual disputa, pelo comando do partido nos municípios, tenha tempo de cicatrizar até a eleição vindoura. Em nossa região, o deputado estadual Tiago Zilli tem acompanhado de perto as tratativas nos municípios, de modo a restar a menor quantidade possível de sequelas depois das convenções.