O Papa Francisco convidou bispos e sacerdotes do mundo inteiro à consagração da Rússia e da Ucrânia a Nossa Senhora. A oração pela paz será nesta sexta-feira 25 de março às 17 horas (horário local), na Basílica de São Pedro. O Papa Francisco convidou bispos e sacerdotes do mundo inteiro à consagração da Rússia e da Ucrânia a Nossa Senhora. A oração pela paz será nesta sexta-feira 25 de março às 17 horas (horário local), na Basílica de São Pedro.
Trata-se de mais um apelo pela paz invocado pelo Papa Francisco, neste caso ligado ao segredo de Fátima. Segundo a Igreja Católica, na aparição de 13 de julho de 1917, em Fátima (Portugal), aos três pastorinhos, Nossa Senhora havia pedido a consagração da Rússia a seu Imaculado Coração.
A segunda parte do segredo afirma que, se este pedido não fosse atendido, a Rússia espalharia "seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja". Ela acrescentou que os "bons serão martirizados, o Santo Padre sofrerá muito, várias nações serão destruídas". Depois das aparições em Fátima, os papas Pio XII, Paulo VI e João Paulo II celebraram a consagração em diferentes datas. Mas a maioria consagrou a humanidade ao coração da Nossa Senhora, apenas Pio XII citou especificamente a Rússia em 1952, diante da difícil situação dos cristãos forçados a viver em um regime ateu.
A escolha do dia não é casual. Em 25 de março de 1984 na Praça São Pedro, João Paulo II consagrou todos os povos ao coração de Maria. Menos de dois meses depois, em 13 de maio, um acidente numa base naval da Rússia destruiu dois terços dos misseis da Frota do Norte da UniãoSoviética.
O desastre de Severomorsk inabilitou parte das forças soviéticasMuitos devotos atribuem à intervenção de Nossa Senhora. Naquela época,Moscou se preparava para atacar a Europa Ocidental por ter aceito a presençade um sistema de defesa americano.
Vaticano e a Igreja Ortodoxa russaApesar de chamar a atenção para a crise humanitária ucraniana, o Papa
Francisco mantém o diálogo com a lgreja Ortodoxa Russa.
Não haambiguidade na posição do Sumo Pontifice e, sim, habilidade diplomática.A tradição do Vaticano é não acusar explicitamente os agressores e manter umdialogo aberto com ambas as partes. A capacidade do Vaticano de atuarcomo mediador teve resultados importantes no ado, como na disputa territorial entre a Argentina e o Chile em 1984 ou o degelo entre Cuba e os Estados Unidos em 2014.
Recentemente, em 16 de março, o Papa Francisco teve um encontro em
videoconferência com o Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill. Em comunicado, o patriarca de Moscou afirmou que os dois discutiram osaspectos humanitários da crise em andamento" e a importância de prosseguircom as negociações de paz.
Eles também citaram "ações que as igrejas Ortodoxa Russa e Católica Romana poderiam tomar para superar suas consequências"Segundo o Vaticano, o papa disse a Kirill que quem paga o preço da guerra são os soldados russos e as pessoas que são bombardeadas e morrem".
Eleainda defendeu que "a Igreja deve evitar a linguagem da politica"Em fevereiro de 2016. o Papa Francisco e o patriarca Kirill se encontraram em Cuba Foi a primeira vez que o lider da Igreja Católica Apostólica Romana e oprimado da Igreja Ortodoxa Russa se reuniram desde o Grande Cisma no ano 1054.
Por trás deste encontro houve um enorme movimento diplomático que aurou muitos anosAs posições de Kirill e Francisco são diferentes. O russo vê o conflito armadocomo uma luta contra um Ocidente cujos certos valores são rechaçados pela Igreja Ortodoxa como por exemplo, os direitos dos homossexuais.
Kirill éaliado de Vladimir Putin e o chefe do Kremlin mantêm a igreja como um dospilares do poder na Rússia Já Francisco antes mesmo da guerra, vinha pedindo oracões para o povo ucraniano.
Esforços do papa Francisco para o fim da guerra na Ucrânia
Em 25 de fevereiro, um dia após a invasão da Rússia na Ucrânia, o Papa foi à embaixada russa junto à Santa Sé para "expressar a sua preocupação com a guerra". Uma visita sem precedentes. Foi a primeira vez que um papa se deslocou a uma embaixada numa altura de conflito. Papa Francisco afirma o direito de Kiev a defender-se de agressão russa, apesar de não citar explicitamente a Rússia.
Desde o início desta guerra, o papa vem reiterando seus apelos pela paz. Em uma oração pública em 16 de março, pediu perdão a Deus em nome dos humanos que "continuam bebendo o sangue dos mortos destruídos pelas armas". Recentemente, em conversação telefônica, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky convidou o Papa Francisco para atuar como mediador nas negociações entre Ucrânia e Rússia. Ele também convidou o pontífice a visitar a Ucrânia.
Fonte: Uol