Curiosidade é grande para saber quais dos futuros prefeitos de nossa região permanecerão no Consórcio Intermunicipal de Saúde da Amesc, e quais buscarão outro caminho, a partir de janeiro. Além de possuir uma dívida assustadora, o famoso CIS/Amesc é objeto de uma investigação por parte do Tribunal de Contas do Estado, que poderá evoluir para processos, também, na justiça comum. Vários prefeitos da atual gestão já pularam fora do Consórcio, o que dá a entender que ele poderá entrar em uma crise financeira maior ainda por falta de fluxo de caixa. Boa parte dos prefeitos têm conversar com o CIS/Amrec, para ingressar no Consórcio da região de Criciúma. É provável que este seja o caminho natural, até que se ache uma saída para o CIS/Amesc.
O Governo de SC e o dilema para 2021
O próximo ano não será menos difícil para o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) do que está sendo 2020. Em 2019, primeiro ano de sua gestão, ele surfou na onda de sua popularidade enquanto político novo, e inovador. Fechou secretarias, acabou com centenas de cargos comissionados, não participou de conchavos políticos explícitos, etc e tal. Em março deste ano veio a Covid e a fama continuou, na mesma linha da austeridade e da perseverança, até que surgiu a história dos respiradores. A partir daí começou o inferno astral de Carlos Moisés. A bem da verdade, se não fossem os respiradores, qualquer outro tema serviria para lhe mostrar como de fato funciona a política, onde a lógica sempre sugere que quem quer ver pássaros cantando, precisa alimentá-los.
Como desdobramento de sua falta de habilidade, o governador se envolveu em processos de impeachment, foi afastado, retornou ao governo, e por aí afora. Agora, precisa decidir: ou continua dando murro em ponta de faca, ou se entrega ao sistema. Qualquer que seja sua decisão, Carlos Moisés já era. Se continuar conflitando com os interesses dos deputados estaduais, pode limpar suas gavetas. Se a opção for se aliar a eles para governar, sua carreira política também tem data para acabar: 31 de dezembro de 2023.
A história mostra que os chamados políticos outsiders, que são aqueles que surgem do nada e conquistam altos postos na esfera pública, precisam se manter coerentes a seus princípios para não perder o poder. Se não fizerem isto são pulverizados pelas urnas na eleição seguinte. Para isto, no entanto, precisam ter uma carreira sem máculas, o que não é o caso de Carlos Moisés, por conta das trapalhadas feitas em sua gestão.
Na prática, por conta dos fatos, ele precisa se aliar aos políticos tradicionais para se manter no poder. Estes políticos, no entanto, sufocarão sua fama de bom moço, o que sepultará sua carreira dentro em breve. A grande falha de Carlos Moisés foi achar que sabia, e ainda confiar em gente que sabia menos que ele ainda.
Jessé Lopes cumpre roteiro e reafirma bolsonarismo
Cumprindo roteiro em Sombrio, na sexta-feira, deputado estadual Jessé Lopes (PSL) me concedeu entrevista, no programa Correio Repórter, pela Rádio 93FM. Mostrou-se um parlamentar francamente defensor do bolsonarismo, e de ideias, e ideais ligados à direita e a extrema direita, sem reservas. Questionado sobre seus posicionamentos polêmicos, como a defesa da venda da Casa da Agronômica, residência oficial do Governo do Estado, o deputado enfatizou que vê com naturalidade tais posições. “Dependendo do ponto de vista, qualquer assunto pode se tornar polêmico. Eu defendo aquilo que acredito ser correto diante do interesse público. Quem tem seus interesses feridos sempre vai achar que o assunto é polêmico”, ressalta.
Democratas quer um deputado para chamar de seu
Democratas tem conversado bastante de perto com os deputados estaduais Felipe Estevão e Ricardo Alba, ambos do PSL, e também com a deputada Paulinha da Silva (PDT). Objetivo é conquistar a filiação de um, ou de todos eles para a sigla. O Democratas catarinense está sob o comando do ex-deputado federal João Paulo Kleinubing, figura ligadíssima à família Bornhausen, mas, apesar do poderio político, não possui nenhum deputado estadual para chamar de seu. Com o PSL francamente dividido entre os grupos pró, e contra o governador Carlos Moisés da Silva, e com Paulinha em eterna rota de colisão com a cúpula de seu partido, o campo está fértil para que o Democratas consiga ao menos uma filiação parlamentar para seus quadros ao longo de 2021.
César Cesa tem priorizado composição de equipe técnica
Prefeito eleito de Araranguá, César Cesa (MDB), tem sido elogiado pelos apoiadores, e até pelos opositores mais maduros, pela forma técnica como tem conduzido os trabalhos de transição no governo municipal, e pelos nomes que tem pincelado para compor sua futura equipe de trabalho. Num primeiro momento, César dá a entender que irá levar para o poder público os mesmos princípios que nortearam sua vida na iniciativa privada. Tarefa é árdua, mas não impossível, principalmente porque há apoio popular para isto. Vale lembrar que César fez 39% dos votos, mas Ricardo Ghellere (PSL) e Igor Batista Gomes (PL), que também disputaram a prefeitura e tinham propostas ligadas ao enxugamento e a eficácia na máquina pública, somaram outros 35%.