Programa partidário do PSD em Santa Catarina tem destinado amplo espaço para o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que é o pré-candidato da legenda, na eleição pelo Governo do Estado, ano que vem. A absoluta maioria das veiculações feitas, nas rádios e televisões do Estado, nos últimos dias, estão vocacionadas a vender a imagem de João Rodrigues como prefeito austero e realizador. O objetivo, notadamente, é o de popularizar o seu nome de forma definitiva, com vistas a disputa eleitoral de 2026.
Em que pese o fato do prefeito de Chapecó estar fazendo seu papel, desdobramentos alheios a sua vontade, em nível estadual, e nacional, podem complicar, e em muito, seus objetivos diante do próximo pleito eleitoral.
Aqui em nosso Estado, João Rodrigues convive com uma incômoda divisão dentro de seu próprio partido, com nomes relevantes, como o do prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, e do Secretário de Estado da Articulação Internacional, Paulinho Bornhausen, fazendo parte da base de apoio do projeto de reeleição do governador Jorginho Mello (PL). Observe que não se tratam de líderes de cidadezinhas do interior do Estado. Estamos falando o prefeito da capital de Santa Catarina e do herdeiro do legado da família Bornhausen, cujo peso político é extremamente relevante, especialmente na região Norte catarinense.
Outra situação que deve estar tirando o sono de João Rodrigues são as pretensões dos governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e do Paraná, Ratinho Júnior, de disputar a Presidência da República. Caso isto aconteça, o prefeito chapecoense perderá seu discurso de alinhamento com o bolsonarismo, pois precisará associar sua candidatura ao Governo do Estado à candidatura do PSD à Presidência da República. Na prática, isto significaria João Rodrigues ter sua imagem associada diretamente a Eduardo Leite ou a Ratinho Júnior, enquanto Jorginho Mello teria sua imagem associada ao candidato à Presidência que será apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Sim, o cenário, de fato, não é nada alvissareiro para João Rodrigues, mas nem tudo está perdido no que diz respeito a seu projeto de chegar à governadoria catarinense. Suas chances mais reais, no entanto, am necessariamente pela falta de entendimento entre os partidos que compõe a base aliada do governo de Jorginho Mello, como também pela expectativa de recebimento de apoio do PT no segundo turno da eleição governamental. Se a federação União Progressistas, ou o MDB, por exemplo, fechar com João Rodrigues no primeiro turno, e ele receber o apoio dos petistas na segunda etapa da eleição contra Jorginho Mello, seu catastrófico atual cenário poderá ganhar nuances bem mais promissoras.
Finais
Deputado federal Ricardo Guidi, que trocou o PSD pelo PL, para ser candidato a prefeito de Criciúma ano ado, disse que irá disputar a reeleição em 2026. Trata-se de uma decisão digna de respeito, levando-se em conta que o PL criciumense já dispõe das filiações dos também deputados federais Daniel Freitas e Júlia Zanatta, que, do mesmo modo, disputarão a reeleição. Ao contrário deles dois, Ricardo Guidi não deve seu mandato aos eleitores bolsonaristas, aos quais precisará recorrer ano que vem para se manter na Câmara dos Deputados. Afora isto, é preciso levar em consideração que a deputada federal Geovânia de Sá (PSDB) também concorrerá à reeleição, pelo viés da direita, a exemplo do atual deputado estadual José Milton Scheffer (PP). Em que pese o fato de os eleitores do Sul do Estado serem fortemente adeptos do conservadorismo político, pelo menos uns dois pré-candidatos à Câmara Federal pela nossa mesorregião não estão sabendo fazer contas quanto as suas chances de eleição.
Câmara Municipal de Vereadores de Balneário Gaivota aprovou, por 6 votos a 5, solicitação do Executivo Municipal para contratação de empréstimo, junto ao Banco do Brasil, no valor de R$ 27 milhões, a juros de apenas 1,4% ao ano. De acordo com o prefeito Kekinha dos Santos (PSDB), o montante será utilizado para acelerar projetos de infraestrutura no município, especialmente os ligados às Secretarias de Obras, Educação e Saúde. A sessão em que aconteceu a aprovação do Projeto de Lei, versando sobre o tema, foi extremamente tumultuada, e teve até mesmo vereadores da base aliada votando conta a iniciativa do Executivo. Não obstante ao desgaste causado pelo clima que foi gerado na Câmara de Vereadores, o fato é que a Prefeitura de Balneário Gaivota irá transformar o município em um canteiro de obras nos próximos meses, pois estes R$ 27 milhões se somarão a outros R$ 11,3 milhões que serão aportados pelo Governo do Estado ainda este ano. Juntos a outros convênios e recursos próprios, serão investidos cerca de R$ 50 milhões em Gaivota nos próximos três anos.