Ainda que não tenha vencido nenhuma disputa majoritária na região, o PRTB, partido do vice-presidente da República, Amilton Morão, não tem muito do que reclamar aqui no Extremo Sul. Em Araranguá, através da candidatura de Ricardo Ghellere, a sigla fez 7 mil votos, e em Sombrio, através de Clodoaldo Patrício, quase 3 mil votos. São 10 mil votos nos dois principais colégios eleitorais da região, o que, sem dúvidas, credencia a legenda para um projeto legislativo em 2022, tendo como base a região da Amesc.
O PRTB acaba sintetizando o espírito bolsonarista de governar, antes centrado no PSL, que foi abandonado pelo presidente Jair Bolsonaro logo após a eleição de 2018. Pelos resultados auferidos no último domingo é possível perceber claramente que o bolsonarismo é forte em nossa região, e ávido por uma liderança regional que represente o partido em nome de nossos 15 municípios. Em princípio, esta primazia cabe a Ricardo, ou a Clodoaldo. Independentemente de quem seja, a grande sacada é não deixar o embalo de 2020 ar, mantendo viva a chama ideológica da sigla, para um projeto natural, no mínimo, à Assembleia Legislativa, daqui a dois anos.
Eder credencia vitória ao reconhecimento da sua gestão
Prefeito de Meleiro, Eder Mattos (PL), que foi reeleito com uma diferença de apenas 39 votos em relação a Rogildo Bordgnon (PSDB), segundo colocado na disputa, e de 147 votos em relação a Vitor Hugo Coral (PP), que foi o terceiro colocado, disse que “a batalha foi gratificante por conta do reconhecimento popular”. Enfrentando Rogildo, que é seu próprio vice, e também o poderio político histórico do Progressitas de Vitor Hugo, Eder acabou apostando suas fichas na defesa de suas obras e ações ao longo do mandato. “Era o que eu tinha a oferecer ao eleitor. Ganhei, e, sinceramente, acredito que quem ganha é Meleiro, pois estamos no caminho certo”, comenta.
TM Film’s comandou marketing de três vitórias majoritárias
TM Film’s Assessoria de Comunicação emplacou bem na região nestas eleições. A empresa foi a responsável pelo marketing eleitoral das campanhas de Gislaine Cunha, em Sombrio, de Kekinha dos Santos, em Balneário Gaivota, e de Almides da Rosa, em Santa Rosa do Sul. Os marqueteiros e demais profissionais ligados à empresa ajudaram a consolidar a vitória nos três casos. Curiosamente, em Sombrio a estratégia era ligada a uma candidatura de situação, já que Gislaine representava a continuidade do MDB no poder. Em Gaivota, a linguagem era de oposição, já que Kekinha era o principal opositor da gestão municipal, que apoiava a candidatura de Carlinhos Gomes (PP). Por sua vez, em Santa Rosa do Sul, a estratégia não podia ser nem de oposição, nem de situação. É que neste caso, ainda que Almides fosse de oposição, durante quase oito anos ele foi o braço direito do prefeito Nelson Cardoso de Oliveira (PSD), que apoiava outro candidato. No fim das contas: três estratégias distintas, e três vitórias.
Kekinha foi levado nos braços para carretada da vitória
Prefeito eleito de Balneário Gaivota, Kekinha dos Santos (PSDB), que durante toda a campanha eleitoral não autorizou a realização de comícios, carreatas e bandeiraços, em respeito as medidas de prevenção contra a Covid-19, solicitou a seus simpatizantes que não realizassem carreata de comemoração no domingo, depois do resultado das eleições. Para evitar aglomerações, tão logo foram fechadas as urnas, Kekinha foi para a casa com a família. Pouco adiantou. Divulgado o resultado, seus correligionários foram até sua casa e o carregaram nos braços para cima de uma caminhão, e a carreta começou. O mesmo foi feito em relação a seu vice, Jonatã Coelho (PSL).
Sem confirmação de candidaturas, MDB se deu mal em Sombrio
Falta de confirmação de registro das candidaturas a vereador, em Sombrio, de Janguinha Duarte, Nego Gomes, Carlinhos Gomes e Si Baltazar, todos do MDB, custou caro a eles. Com seus nomes “impugnados” até poucos dias antes da eleição, nenhum deles conseguiu se eleger. Janguinha, Nego e Carlinhos haviam sido eleitos em 2016, mas acabaram afastados da Câmara Municipal em 2019, por suposta fraude eleitoral cometida por sua coligação no último pleito eleitoral. Na ocasião a Justiça Eleitoral considerou que candidaturas femininas haviam sido registradas pela coligação meramente para cumprir requisitos legais, sem que as referidas candidatas de fato tivessem concorrido ao pleito eleitoral. Si Baltazar, que, naquele pleito, havia sido eleito suplente, também foi impugnado pelo mesmo motivo. Na prática, os candidatos avam mais tempo explicando sua situação ao eleitor do que pedindo votos. Sem a devida confiança do mercado eleitoral, o projeto de todos acabou naufragando.